“ Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta. O choro das nuvens
que deveriam promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os grandes animais
bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás.
Devastavam tudo o que estava á frente. Os animais menores seguiam seus rastros.
De repente uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando
a quem salvar.
As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas.
Disseram ‘Você é louca! O que poderá fazer com um corpo tão frágil? ‘. Os
abutres bradaram : ‘Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!’. Por onde a
frágil andorinha passava era ridicularizada. Mas,a tenta, procurava alguém que
pudesse resgatar. Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de
beija-flor debatendo-se na água, quase se entregando. Apesar de nunca ter
aprendido a mergulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o
diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote
no bico.
Ao retornar encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar ‘Maluca!
Está querendo ser heroína!’. Mas não parou ; muito fatigada, só descansou após
deixar o pequeno beija –flor em local seguro. Horas depois, encontrou as hienas
embaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta: ‘Só me sinto
digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem.”
O Vendedor de Sonhos-
Augusto Cury- Pág. 92 e 93
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